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sábado, 6 de agosto de 2011

TEJU 2011, RECONHECIMENTO NACIONAL

G1

Tejubode atrai visitantes e movimenta cidade, a 142 km de Fortaleza.

Giselle Dutra
Do G1 CE
A festa começa com o cortejo. Bonecos de bode e a batucada infantil são as atrações principais. (Foto: Giselle Dutra/ G1 CE)A festa começa com cortejo. Bonecos de bode e a
batucada são atrações.(Foto: Giselle Dutra/ G1 CE)
Tejuçuoca, a 142 km de Fortaleza, prepara-se um ano inteiro para festejar o animal mais querido da cidade, o bode. A 10ª edição do Tejubode foi oficialmente aberta na sexta-feira (29) e vai até este domingo (31) no parque de exposições da cidade. Uma das atrações do festival, a feira revela quase tudo o que se pode fazer a partir do animal: comida, artesanato, livros, chaveiros, bolsas e até lingerie com detalhes de couro de bode.


A artesã Edmir da Cruz, 41 anos, vende peças decorativas na feira e produziu um pequeno bode para a festa. Ela cobra R$ 6,00 pela obra e acredita terá bom lucro na feira.


José Neto, 54 anos, "o baixinho do couro", faz questão de dizer que fabricou as bolsas  para as placas do evento a serem entregues às autoridades. Na feira, ele vende bolsas e sandálias feitas de couro de bode. "Quem compra mais é turista, um público que gosta do regional", afirma.


O festival gastronômico é dos principais atrativos da feira. Em um dos primeiros estandes, pode-se encontrar um cardápio variado feito a base de bode: churrasco no espeto, buchada e linguiça são alguns dos itens mais pedidos. Os criadores do próprio município comercializam as iguarias.
Carlos Alberto Duarte mostra linguiça de bode, entre outros alimentos derivados do animal, que são vendidos.  (Foto: Giselle Dutra/ G1 CE)Carlos Duarte e a linguiça de bode, entre alimentos
derivados do animal. (Foto: Giselle Dutra/ G1 CE)
O agricultor Carlos Alberto Farias Duarte, 48 anos, é um deles. Dono de um pequeno rebanho de 20 bodes e 60 ovelhas, durante o ano, ele vende carne e derivados dos caprinos para ser usados no lanche das crianças das escolas municipais. E quando chega o Tejubode, a expectativa é de aumentar em 25% a renda familiar.


Segundo o secretário de Desenvolvimento Rural e Meio Ambiente de Tejuçuoca, Paulo César Uchoa Braga, desde o primeiro Tejubode, em 2001, a economia do município começou a mudar. Naquele ano, o rebanho de ovinos e caprinos em todo o município era de cerca de 5 mil cabeças. Hoje, afirma o secretário, esse número chega a 17 mil cabeças. "Praticamente um animal por habitante", garante.
Má fama do bode
Mas não é fácil criar bode, segundo Carlos Alberto. Ele, que já trabalha no ramo "desde criança", afirma que só insiste na atividade porque o animal dá um bom lucro. "Eles dão trabalho", reclama.


"O bode é muito ladrão. Ele passa pela cerca para comer a pastagem dos outros", diz a agricultora Maria Elisa Pinto Duarte, 29 anos, que também reclama da dificuldade com o bode e diz não ter muita paciência para criar o bicho. Prefere manter um rebanho de 30 carneiros.
A fotografia das crianças montadas no bode para ficar na memória (Foto: Giselle Dutra/ G1 CE)A fotografia das crianças montadas no bode para
ficar na memória (Foto: Giselle Dutra/ G1 CE)
Olha o sorriso
Na feira, a fotografia das crianças montadas em um bode custa R$ 5,00. Mas os pais não precisam se preocupar em domar o animal do fotógrafo Elissandro Sousa porque ele é feito de fibra. Sousa conta que participa de diversas feiras de agropecuária nos estados do Nordeste e que pagou R$ 1.500,00 pelo bode feito especialmente para o evento em Tejuçuoca.


Elissandro diz que ganha a vida com isso, apesar de a demanda estar diminuindo. "O pessoal já tem fotos, então, vai fazendo com os bebês que vão nascendo. Mas a concorrência é mínima e vale à pena", afirma.
A cultura do bode nos livros utilizados nas escolas de Tejuçuoca (Foto: Giselle Dutra/ G1 CE)A cultura do bode nos livros utilizados nas escolas
de Tejuçuoca (Foto: Giselle Dutra/ G1 CE)
Bode nas escolas
A cultura do bode começa cedo em Tejuçuoca. As escolas participam do cortejo que abre o evento e se envolvem na organização da feira. O supervisor escolar da Secretaria Municipal de Educação, Moisés Barbosa, mostra livros infantis, usados nas escolas, que contam histórias com o animal.


"A gente difunde também o Tejubode, que é a marca do município. O bode alavanca a nossa economia". E explica a origem do nome Tejubode: "Tejuçuoca vem do Tupi-Guarani e significa morada do Tejuaçu (um lagarto comum no sertão). Como aqui também tem muito bode, fez-se a junção’’.

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